Cotidiano

‘Menopausa masculina’ também preocupa

A andropausa acomete 20% dos brasileiros e pode provocar sérios problemas no público masculino

Assim como o Outubro Rosa é um movimento voltados aos cuidados da saúde da mulher, a campanha Novembro Azul visa alertar os homens sobre a importância de fazer um acompanhamento regular das condições de saúde em um quadro geral. E um dos problemas pouco conhecidos quando se fala do público masculino, que atinge cerca de 20% da população brasileira, é a andropausa, que nada mais é do que a menopausa masculina.

O Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (Daem), mais conhecido como “menopausa masculina”, é atribuído ao declínio da produção hormonal. Entre os sintomas mais comuns estão a disfunção erétil, diminuição da massa muscular, sensação de fraqueza contínua e estado de tristeza.

O médico urologista Mário Maciel destacou que os problemas mais marcantes para o homem que sofre com a doença são os distúrbios emocionais e sexual. “Os homens acometidos estão, na sua grande maioria, no auge de suas carreiras, repletos de responsabilidades e decisões a serem tomadas”, disse.

Ele frisou que o mau humor, nervosismo, cansaço, falta de memória e concentração e o stress contínuo podem ser prejudiciais. “Todos esses sintomas e características deixam o indivíduo abalado, e isso acaba interferindo nos objetivos de vida, pois eles ficam desmotivados. Isso é tão comum que cerca de 42% deles sofrem com depressão”, frisou.

Uma das formas de tratamento disponíveis é a reposição hormonal, porém com acompanhamento médico. “Cada caso deve ser analisado individualmente, mas podemos destacar os grandes benefícios da terapia de reposição hormonal em termos de melhoria do humor, performance sexual e massa óssea, porém sua indicação deve ser criteriosa”, frisou.

RISCOS  – Apesar de auxiliar no tratamento, a reposição hormonal pode causar infarto, derrame cerebral e morte. “Os pesquisadores estudaram os homens que tiveram reposição hormonal comparados com os que não usaram testosterona. Após o período de três anos de seguimento, a conclusão do estudo foi que 25% dos pacientes que fizeram uso de hormônio tiveram algum evento cardiovascular, comparado com 19% dos pacientes que não fizeram uso de testosterona”, pontuou.

TRATAMENTO – Uma vez o problema sendo detectado o tratamento deve ser instituído de prontidão. “Quando estamos diante de pacientes com essa problemática, temos que investigá-lo e propor o que há de melhor para seu caso. Dessa forma, a reposição hormonal deve ser analisada minunciosamente em cada situação e condição de saúde dos futuros candidatos. Chamamos isso de medicina personalizada”, disse. (I.S)